“O importante é estarmos juntos!”

Seja bem-vindo(a) ao novo ano letivo! Preparado para uma jornada repleta de experiências e descobertas que nos enriquecerão e nos tornarão mais felizes.

Química para um mundo melhor

César Zucco

Presidente da SBQ

A Ciência Química não é somente descoberta. É, também, e especialmente, criação e transformação.

Sem a atividade dos químicos de todas as épocas, algumas conquistas espetaculares jamais teriam acontecido, como os avanços no tratamento de doenças, a exploração espacial e as maravilhas atuais da tecnologia.

A Química presta uma contribuição essencial à humanidade com alimentos e medicamentos, com roupas e moradia, com energia e matérias-primas, com transportes e comunicações. Fornece, ainda, materiais para a Física e para a indústria, modelos e substratos à Biologia e Farmacologia, propriedades e procedimentos para outras ciências e tecnologias.

Graças à Química, o nosso mundo se tornou um lugar mais confortável para se viver. Nossos carros, casas, roupas transbordam criatividade química. O nosso futuro energético dependerá da Química, assim como atingir um dos objetivos do Milênio, que é prover água e saneamento básico seguros para toda a humanidade.

Um mundo sem a ciência Química seria um mundo sem materiais sintéticos, e isso significa sem telefones, sem computadores e sem cinema. Seria também um mundo sem aspirina ou detergentes, shampoo ou pasta de dente, sem cosméticos, contraceptivos, ou papel – e, assim, sem jornal ou livros, colas ou tintas. Enfim, sem o desenvolvimento proporcionado pela ciência Química, a vida, hoje, seria chata, curta e dolorida!

Destaque-se, ainda, que a Química ajuda os historiadores da arte a investigar os segredos por detrás de pinturas e esculturas em museus, ajuda os peritos forenses a analisar as amostras colhidas em uma cena de crime e rapidamente rastrear os autores, bem como revelar a base molecular de pratos que encantam as nossas papilas gustativas.

Enquanto a Física decodifica as leis do universo e a Biologia decifra as do mundo vivo, a Química desvenda os segredos da matéria e de suas transformações. A vida é sua mais elevada forma de expressão. A Química exerce, portanto, um papel primordial em nossa compreensão dos fenômenos materiais, em nossa capacidade de agir sobre eles, para mudá-los e controlá-los. E as transformações materiais que faremos – como humanos – refletirão o melhor ou o pior de nós.

Todavia, a relativa ausência de uma cultura geral em Química – se comparada à Astronomia ou mesmo à Matemática – impede o grande público de conhecer e interpretar aspetos do mundo que afetam sua vida diária e dificulta sua capacidade coletiva de se manifestar sobre tais fatos. Dificulta, também, entender o papel fundamental da Química entre as Ciências Naturais, sua importância econômica e sua onipresença no cotidiano.

Por isso estamos celebrando a Química… E celebrá-la significa admitir que ela é, de fato, indispensável e benéfica à humanidade e, por decorrência, ao planeta em que vivemos.

Celebrar a Química é mostrar às crianças e aos jovens que embora os princípios da Química estejam bem estabelecidos, suas aplicações permanecem tão desafiadoras e rigorosamente perseguidas como nunca; que a Química nos permite chegar às profundezas da matéria, possibilitando a construção de novos arranjos de átomos que, possuindo propriedades particulares interessantes, terão aplicações ainda não previstas.

Todavia, por mais que pareça, o químico não é um mágico da matéria, capaz de “ilusionar” com novas formas (da matéria), premeditadas ou inesperadas, a partir do que nos cerca. O químico é um forjador racional e criativo, um arquiteto na escala das moléculas. Cabe, aqui, mencionar o que dizia Leonardo da Vinci: “Onde a natureza deixa de produzir suas próprias espécies, a humanidade começa, e usando coisas naturais, com a ajuda da própria natureza, cria uma infinidade de espécies”.

É evidente que a Química tem na natureza sua fonte de matéria e de inspiração. Entretanto, é responsabilidade do ser humano o avanço para além do que é natural no universo. Por isso, a celebração da Química só se completa com a celebração das pessoas, daqueles verdadeiros artífices da fantástica arte da transformação da matéria. Celebrar a Química é incentivar crianças e jovens a se tornarem químicos e serem capazes de, literalmente, transformar a matéria em novidades! É desafiá-los a se envolverem com as especialidades e as tecnologias da Química direcionadas à manufatura de produtos para melhorar o bem-estar da humanidade.

A abrangência, a amplitude e a importância da Química para o bem-estar da vida do homem na terra são fatos inquestionáveis. Lamentavelmente, é também inquestionável seu alto grau de potencialidade para o mal! E, não raro, é esta a faceta da Química mais conhecida…

Daí a importância de educarmos crianças e jovens com ética, humanismo e discernimento. Desfaçamos o preconceito amplamente difundido sobre a Química e seus efeitos – potencialmente, mas não necessariamente maléficos.

Celebremos a Química como a ciência que move o mundo e que, pela ação de químicos criativos e responsáveis, pode torná-lo cada vez melhor.

Os pesticidas fazem diminuir o cancro?

Posted by Sérgio Rodrigues

O professor  americano de bioquímica Bruce Ames, agora com 87 anos, choca por vezes as suas audiências com uma afirmação aparentemente paradoxal: os pesticidas contribuem para a diminuição do cancro!

A explicação, se pensarmos um pouco, faz sentido: os pesticidas permitem uma maior e mais económica produção agrícola, tornando as frutas e legumes acessíveis a um maior número de pessoas. Como a alimentação saudável faz diminuir muito mais o risco de cancro do que a presença ou contacto com resíduos insignificantes de pesticidas o faz aumentar, confirma-se a plausibilidade da afirmação. Mas, repita-se, é de resíduos insignificantes que se fala – perto dos baixíssimos níveis actualmente detectáveis – assim como de pesticidas cada vez mais seguros – outros não seriam aceites nem permitidos.

O cancro é individualmente, quase sempre, uma questão de azar ou sorte, mas no limite dos grandes números podem prever-se tendências. A alimentação pode, em geral, ser relacionada com cerca de um terço dos cancros; outro terço pode ser ligado a infecções e viroses crónicas, assim como a factores genéticos. O outro terço pode ser relacionado com factores múltiplos como o fumo do tabaco, o consumo exagerado de álcool, a exposição solar e outros factores comportamentais e ambientais, em boa parte naturais. Também o normal evelhecimento faz, como é sabido, aumentar o risco de ter cancro. 

O glifosato é um herbicida relativamente seguro em termos toxicológicos comparado com outros herbicidas como o paraquat. A sua persistência no ambiente é também relativamente breve. Por isso, numa sociedade que só tem 1% das pessoas a trabalhar na agricultura e não tem forma de voltar a arrancar ervas à mão ou com uma sachola – o que seria verdadeiramente biológico, mas utópico em larga escala – é considerado uma mais valia por ser um dos herbicidas mais seguros conhecidos, com a vantagem de ser agora genérico e não dependente da famigerada Monsanto. Para além disso, a discussão sobre a suspeita deste herbicida ser cancerígeno e disruptor endócrino tem origem em estudos envoltos em polémica. (Veja-se a bibliografia seleccionada de algumas linhas que escrevi sobre o glifosato há alguns meses, num contexto mais vasto e de forma livre e solitária, não adivinhando as notícias recentes).  

É fundamental que as pessoas (também os profissionais da ciência) tenham sentido crítico. Se estamos predispostos a desconfiar de algumas coisas, não podemos em seguida confiar cegamente noutras. Mesmo a literatura científica e as notícias que esta origina devem ser lidas com saudável cepticismo (tanto mais que nem sempre as notícias correspondem ao conteúdo real dos artigos). E quanto maior for a nossa propensão para acreditar mais devemos forçar-nos a fazer essa análise crítica.

É raramente notado que a forma com a literatura científica se organiza, realçando a originalidade e os avanços técnicos, como sejam níveis de detecção cada vez mais baixos, faz com que a atenção se desloque para aspectos insignificantes para a segurança do público, afastando-nos dos problemas muitas vez mais reais, mas por serem comuns são em geral quase invisíveis. Ter fumado um cigarro, ou respirar regulamente os vapores dos combustíveis e dos escapes dos automóveis faz, em termos estatísticos, aumentar mais a probabilidade de ter um cancro do que comer uma maça com um resíduo insignificante de um pesticida, mas a focagem é em geral para o último caso que poderá ser novidade, não os outros, já bem conhecidos.

Também é preciso procurar ler o real sentido das afirmações. Ser considerado suspeito de ser cancerígeno é muito diferente de ser comprovadamente cancerígeno. Para além disso é preciso ter alguma ideia da origem dos dados. Por exemplo, os testes com animais são realizados com doses muito altas e nem sempre são extrapoláveis nem o resultado é válido devido à inadequação dos modelos animais e das doses exageradas. Acresce que a esses resultados se associam factores multiplicativos de segurança. Muitas vezes as provas contra os suspeitos não são muito fortes, mas por segurança indica-se a sua condição de suspeito, não se dando por vezes atenção a todos os outros comprovados culpados mais comuns e menos mediáticos.

Convém também notar que a fracção de cancros comprovadamente atribuíveis a “químicos” é menos de um por cento, já considerando “químicos” de origem natural como o estragole do mangericão – só para citar um exemplo pouco conhecido -, entre outros. 

No entanto, o pavor dos “químicos” faz as pessoas perder a cabeça. Numa petição recente a pedir a proibição do glifosanto, há dezenas de comentários a pedir o fim de todos os “químicos”! Dizer que somos “químicos”, respiramos e comemos “químicos”, mais ou menos naturais, é trivial. Todos os alimentos naturais estão cheios de “químicos”, como a maçã da figura. Mas, mais do que isso, é importante que as pessoas percebam que é devido aos “químicos” que temos alimentação, água potável e segurança alimentar para cada vez mais pessoas; que temos medicamentos, maior esperança de vida e confortos modernos e que, em última análise, diminuimos o número de cancros e a mortalidade devida a eles. 

Posted by Sérgio Rodrigues

De Rerum Natura

Por que Israel está usando maionese para salvar tartarugas atingidas por derramamento de óleo

25 fevereiro 2021 (BBC Ciência)

Um trabalhador do Centro de Resgate de Tartarugas Marinhas de Israel limpa uma tartaruga marinha em seu centro, no moshav costeiro israelense de Mikhmoret, ao norte de Tel Aviv, em 21 de fevereiro de 2021.
Legenda da foto, Tartarugas foram cobertas de alcatrão após um derramamento de óleo

Tartarugas resgatadas de um vazamento de óleo que deixou resíduos ao longo da costa litorânea de Israel estão recebendo maionese como parte de seu tratamento. 

Funcionários do Centro Nacional de Resgate da Tartaruga Marinha dizem que o ingrediente está ajudando a limpar o sistema digestivo dos répteis. 

O vazamento de óleo é um dos maiores desastres ambientais da história de Israel. 

As autoridades locais investigam a causa do derramamento, que parece ter se originado de uma embarcação em alto-mar. 

Milhares de voluntários e soldados têm trabalhado na remoção da substância oleosa, que vem causado prejuízos à fauna local, incluindo a tartarugas marinhas ameaçadas de extinção. 

Yaniv Levy, fundador e diretor do Centro Nacional de Resgate da Tartaruga Marinha, disse ao jornal israelense Haaretz que cerca de 27 tartarugas estavam em tratamento, seis das quais com sequelas provocadas pelo óleo. 

“Todas elas chegaram aqui com uma camada de óleo na cabeça e nos olhos, narinas, boca, sistema digestivo e estômago”, disse Levy. 

“Com esse tipo de dano, elas não têm chance de sobreviver sem tratamento. Nós removemos o óleo das narinas e olhos para que elas pudessem respirar e enxergar.” 

A veterinarian holding a sea turtle covered with tar at the National Sea Turtle Rescue Center.

Levy afirma que a equipe tem usado óleo vegetal para afinar o resíduo petrolífero, e a maionese para diluí-lo e removê-lo das paredes dos estômagos e intestinos dos animais. 

“Elas chegaram até nós cobertas de óleo. Com o sistema digestivo cheio de óleo por dentro e por fora”, disse o assistente veterinário Guy Ivgy à agência Associated Press.

“Seguimos alimentando-as com maionese, que praticamente limpa todo o sistema e consegue romper os resíduos de óleo.” 

O processo de recuperação das tartarugas deve levar entre uma e duas semanas. Depois desse período, a expectativa é de que elas sejam devolvidas ao meio ambiente. 

Embora possa parecer uma solução estranha, essa não é a primeira vez que a maionese é usada para salvar tartarugas. 

O Hospital da Tartaruga, na Flórida, descreve a maionese como uma forma “segura, atóxica e eficiente de limpar tartarugas cobertas por óleo”.

Atenção alunos:

Projeto novo no YouTube

Queridos alunos, estamos vivendo um momento novo para todos nós, mas não deixa de ser um grande momento de reflexão e crescimento. Toda crise traz evolução e tenho certeza que nessa não será diferente. O mundo inteiro está lutando contra esta pandemia e muitas pessoas estão sofrendo a perda de seus entes queridos. Qualquer outro prejuízo que tenhamos, pode, com o tempo, ser superado, desde que estejamos saudáveis e amparados pelos nossos familiares. Diante de tudo isso, gostaria de me colocar à disposição de todos vocês. Nesse canal estarei postando, toda semana, videoaulas, dicas para o ENEM, vestibulares, olimpíadas de química, sugestões culturais, curiosidades e muito mais. Além de todos os cuidados protocolares para a não proliferação do vírus, peço a todos que se mantenham em casa e focados em seus estudos. Procure atualizar as informações e notícias, sobre a crise, com especialistas da área e fontes jornalísticas confiáveis. O importante é estarmos juntos, mesmo que de forma virtual.

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